A DOR DE MÃE

Por: Guilherme Tchitalacumbi

Cintilante olhar amor incomparável és tu ma mãe, que me tiveste de suportar desde génesis da minha miraculosa existência, orgulhaste-te tão logo te apercebeste da minha presença no teu ventre, sentia o teu aconchego e de imediato fez me sentir a vida a viver em mim, duras foram as noites que tiveste em clara atendendo os meus clamores, nojentos desejos de querer comer o que te pudesse apetecer mesmo vezes sem contas para suportar tais intentos. Tantos foram os momentos que tacteavas o teu ventre transmitindo - me o teu afago incessantemente fitavas o olhar de inocência fazendo rezas ao pai nosso que está no céu para que me pudesse proteger, até que eu viesse a nascer, mostraste a tua lucidez inigualável, do romper da aurora surgi minha ma mãe incomparável mulher, como Maria mãe de Jesus tomou sempre conta dos meus cuidados, o teu dorso foi sempre o meu predilecto leito que sempre meu acolheu quando dele precisei entretanto as vicissitudes da vida não te fizeram desistir de me assistir, a fome, a nudez as vezes enchiam o lar de vazio, tu já mais algum dia negaste, alimentar-me do teu peito, o meu leito onde jorrava o leite tal qual o povo Israelita, alimentou-se do manjar que caia do céu. Sofredora, sonhadora mulher de fé, não caíste no caiporismo, iníquo da ilusão do mundo, o sol escarnecente de Março as vezes servia de contraste, como me faz lembrar os Marços tantos incontáveis, mês de significados ímpares pois reflecte a natureza clareante da humanidade. Até a vida ser feita és tu mão o fundamento do protagonismo irrepreensível da dádiva orquestrada dos cantos sobre o tudo que afinal resta da humanidade, pelas profundezas do mundo pelo imundo sofrer desonesto. Os luzidios dias contrastavam com as noites nubladas de solidão mão, sonhadora, insistente mulher de grande paixão incessante e valor, gratifico por tudo que fizeste e continuas por mim fazendo, dias foram passando, e a minha idade ascendia para patamares mais altos, até que descobri, a grandeza dessa mulher que de quando em vez carregada de ânsia com o sonho de ver os filhos crescidos, as vezes quando nas suas vendas não saia nada para matar o bicho, nunca verga a cabeça, coração necrosado, rosto marejado de lágrimas embuidas na esperança de dias melhores. Por tudo isso te agradeço minha querida mãe, se vivo graças o teu sacrifício, a saudade as vezes me faz recuar no tempo, a batalha não para frente é o caminho, serás sempre lembrada todos os dias e não apenas em Marços mulher, porque afinal todas as mães do mundo do mundo em geral e as de Angola em particular merecem muito carinho e admiração, por isso não disista nunca em dar todo o teu aconchego aquela que necessita. Oh Março és a mãe progenitora; És a mulher que eu amo; És a irmã querida; És a vontade de vencer sobre todas as barreiras que te são impostas. Acredite sempre nos dias melhores. Sonhe e acredites na vitória e na vontade de vencer mãe és a minha admiração hoje por tudo muito obrigado, muito obrigado por todas as mulheres de Angola e em particular as das terras áridas situadas entre o deserto e o mar também, conhecida pelo seu mosaico cultural como terra da mulher mucubal ou ainda da rara e famosa welwitchia mirabilis, pra todas vocês mulheres de Março de beleza sem igual olhos brancos e brilhantes como o salpico que cobre o dorso das ondas do mar, força e coragem.

BAZEI MINHA GENTE BOA GULHERME TCHITALACUMBI 28 de Março de 2010